Santos Dumont


Em 19 de outubro de 1901, Alberto Santos-Dumont, brasileiro que mais tarde ficara conhecido como "pai da aviação", contornou a Torre Eiffel com o "Dirigível no 6" e impressionou a todos por realizar o primeiro vôo dirigido da História. Até então, as pessoas só conheciam os balões tripulados.


Tudo começou quando Santos-Dumont deixou o Brasil para morar na França. Era 1892 e ele tinha 19 anos, mas sua curiosidade parecia de criança! De tanto observar os franceses passeando em balões, Santos-Dumont decidiu construir o seu.
O primeiro balão que Santos-Dumont criou foi batizado de "Brasil". Por mais que estivesse feliz com o invento, ele não estava satisfeito, já que queria ter o controle da direção não ficar "ao sabor do vento". A partir desse desejo, ele inventou um balão comprido, com motor de automóvel, leme e hélice. Também não faltou a cestinha que o levaria dentro. Assim foi feito o "Dirigível no 1", que não resistiu à força do vento e caiu. Pensa que Santos-Dumont desitiu? Engana-se. Ele tentou mais algumas vezes até conseguir voar com o "Dirigível no 6".


Da esquerda para a direita: o balão Brasil, o dirigível no 1 em pleno vôo e o dirigível no 5 quando tentava contornar a Torre Eiffel, em Paris
Enquanto pilotava pelo céu da Europa, o jovem aviador percebeu que seus sonhos se tornaram bem maiores. Dessa vez ele queria fazer algo muito mais espetacular que um balão. Santos-Dumont, então, projetou o primeiro avião do mundo e o chamou de "14 bis". Ele era branco, feito de pano e madeira e parecia voar em marcha a ré.Em 12 de novembro de 1906, Santos-Dumont recebeu um prêmio do Aero Club de France por ter voado mais de 220 metros com seu novo invento. Apesar do sucesso, ele não parou por aí: criou o "Demoiselle" -- mais leve que o "14 bis" e feito de pano e bambu. Ele foi o último avião construído por Santos-Dumont, que se dedicou a inventar outras coisas, como uma garagem para aviões (hangar), a porta de correr e o relógio de pulso.Alberto Santos-Dumont nasceu no interior de Minas Gerais no dia 20 de julho de 1873. Quando criança, foi morar numa fazenda em São Paulo e de lá partiu para descobrir o mundo. Hoje, sua importância é reconhecida internacionalmente e, por isso, ele é considerado o ’pai da aviação’.

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Física e Química - 8ª Série

Ciência Hoje das Crianças On-line

 FÍSICA E QUÍMICA

Magnetismo e eletricidade

Entenda como foram descobertos os fenômenos de atração entre dois corpos!

Mas Quando aproximamos um ímã de um prego comum, notamos uma atração entre os dois. Quando passamos um pente nos cabelos, depois de eles estarem secos, podemos também ver que, se o pente for logo em seguida aproximado de pedacinhos de papel, estes serão atraídos. Na verdade, você não precisa sequer passar o pente nos cabelos. Basta esfregá-lo com uma folha de papel e em seguida fazer o teste.

Desde a Antigüidade, esses fenômenos de atração entre corpos eram conhecidos. Um mineral encontrado na natureza, a magnetita, exibia o poder de atrair pedaços de ferro, como o fazem os ímãs. Outra coisa também observada há muito tempo era que o âmbar -- uma resina vegetal seca e dura como pedra -- podia atrair pedaços de palha, depois de ser esfregado um pouco.

Esses fatos eram, até a época de Tales, um filósofo grego que viveu no século 6 a.C., encarados como mágicos. Tales atribuía ao âmbar e à magnetita uma espécie de poder vital, algo como uma alma. Esse poder mágico permaneceu envolto em mistério por quase dois mil anos, até que um médico inglês, William Gilbert (1544-1603), começou pesquisas sistemáticas sobre o assunto.

Hoje, sabemos que eletricidade e magnetismo têm a mesma origem: cargas elétricas estáticas geram um campo elétrico e cargas elétricas em movimento, um campo magnético. Mas, no tempo de Gilbert, os cientistas não conheciam átomos, elétrons, correntes elétricas etc. Assim, a primeira tarefa que Gilbert se propôs foi examinar a atração gerada tanto pelo âmbar friccionado como pelos ímãs e entender as diferenças entre ambas.

Gilbert era o médico da rainha Elizabete I da Inglaterra e não estava nada satisfeito com as explicações que eram dadas nem para os fenômenos elétricos nem para os magnéticos. Ele criticava os filósofos da época, afirmando que se escondiam atrás de palavras obscuras e discursos em grego ou latim que nada acrescentavam ao conhecimento. Dizia, ainda mais, que os autores dos livros, muitas vezes, apenas repetiam o que tinha sido falado por filósofos anteriores, sem verificar experimentalmente os fatos.

 

O versorium de Gilbert

Gilbert começou seus estudos com a construção de uma espécie de bússola, que chamou de eletroscópio – versorium. Com ela, pesquisou as atrações dos corpos carregados eletricamente. Seu versorium era uma espécie de flecha metálica bem leve, que podia girar livremente sobre uma ponta também metálica.

Na época em que Gilbert começou a trabalhar, acreditava-se que apenas objetos feitos de âmbar ou de azeviche (uma espécie de carvão) fossem capazes de ser eletrizados por fricção e, assim, atrair pequenos corpos. Mas acontece que, quando friccionados, os objetos esquentavam, e aí vinha a dúvida: será que era o calor que gerava a força de atração? Usando seu eletroscópio, ele conseguiu mostrar que não era o calor o responsável pelo aparecimento da força. Para isso, ele primeiro atritou um pedaço de âmbar, viu que o mesmo ficava quente e era capaz de atrair a ponta do versorium. Em seguida, ele aqueceu outro pedaço de âmbar numa chama, mas sem friccioná-lo. Quando o aproximou do versorium, não notou atração alguma.

Usando seu aparelho recém-inventado, Gilbert mostrou que muitas outras substâncias -- como laca, berílio, opala, safira etc. -- podiam ser carregadas eletricamente.

Ele ainda mostrou que, quando aproximava objetos eletrizados do ponteiro do versorium, ele girava, ao passo que a magnetita (que era seu ímã) era capaz apenas de atrair alguns tipos de materiais. Você poderá constatar a veracidade do que dizia Gilbert, realizando alguns experimentos. Não se esqueça de que Gilbert criticava os filósofos que não realizavam os experimentos e repetiam tudo que estava nos livros passivamente.


Gilbert e o magnetismo

Como dissemos, na antiga Grécia já era conhecido o fato de que a magnetita podia atrair pedaços de ferro. Mesmo os termos magnetismo e magnetita têm origem um tanto obscura. Ao que parece que estão ligados à região de Magnésia, lugar da Grécia onde, pela primeira vez, suas propriedades foram descobertas.

Uma outra propriedade de uma barra de magnetita era de orientar-se na direção Norte-Sul. A descoberta desse fato parece pertencer aos chineses, que usavam barras de magnetita, como as bússolas modernas, para a navegação. Como isso é importante para o comércio, seu estudo tinha grande importância econômica.

 

A Terrela construída por Gilbert


Gilbert achava que uma explicação para esse movimento da agulha de magnetita era que o planeta Terra devia ser um grande ímã. Para tentar comprovar sua teoria, construiu uma esfera usando magnetita. Ele a chamou de Terrela, isto é, a pequena Terra. Com sua Terrela, pôde verificar que, quando colocava uma pequena bússola sobre ela, a bússola se orientava numa certa direção, aproximadamente como o fazem as bússolas colocadas em qualquer lugar na Terra: mostram a direção Norte-Sul.

Esse procedimento de "mapear" a Terrela com auxílio de uma bússola, para saber em que direção estava apontando a força magnética, foi bastante importante para a construção do conceito de campo magnético. Se marcarmos todas as direções apontadas pela bússola em diferentes partes da Terrela, obteremos uma representação do campo magnético da Terrela.

Mas Gilbert também se interessava pelo estudo do campo magnético produzido por ímãs de outras formas. Por exemplo, ímãs em forma de barra. Ao lado está a figura que ele obteve a partir desse estudo.

Veja que, até agora, estamos falando de instrumentos parecidos com bússolas, ponteiros que giram em um plano. Gilbert queria conhecer mais sobre o campo magnético terrestre e se perguntou qual sua orientação espacial. Para isso, construiu uma bússola em três dimensões, ou seja, uma cujo ponteiro pode indicar qualquer posição no espaço. Quando colocada num certo lugar da Terra, ela vai apontar se o campo magnético naquele ponto está dirigido mais para cima, mais para baixo ou se, efetivamente, é horizontal. Tais bússolas são chamadas bússolas de declinação. Veja nas figuras abaixo dois desses tipos de bússolas.

 

A Terrela construída por Gilbert


A figura da esquerda é do próprio Gilbert. A outra é mais moderna, usada em laboratórios didáticos de física. Hoje em dia, esses instrumentos estão superados como guias para orientação. Todo barco -- e, na verdade, qualquer pessoa que se aventure em lugares desconhecidos -- pode usar o moderno sistema de GPS, no qual satélites medem qual é a posição exata da pessoa na superfície da Terra. Mas isso é só agora. Desde os chineses, há quase mil anos, até muito recentemente, a bússola foi o principal meio de os homens se orientarem sobre a Terra, com grande impacto sobre a história, as descobertas e a economia mundiais.

O Sistema de Posicionamento Global (cuja sigla, GPS, vem do inglês, Global Positioning System) é formado atualmente por um conjunto de 24 satélites. Com um aparelho especial, o navegador pode se comunicar com o sistema, que então emite um sinal que informa qual é a posição do aparelho. A precisão atual dessa rede de satélites de informação é dez metros. A idéia teve origem em um projeto militar norte-americano, em 1970.

 Este texto foi originalmente publicado no volume 12 da
coleção Ciência Hoje na Escola, sobre Eletricidade.




Norberto Cardoso Ferreira
Ciência Hoje das Crianças
18/02/05

Física-8ª série

Ciência Hoje das Crianças On-line

 

Tecnologia e invenções

Se liga!
Entenda como funcionam as lâmpadas incandescentes e fluorescentes


Há 150 anos, as casas eram iluminadas a vela ou com lamparinas a querosene. Imagine o perigo e a chateação! Havia hora para acender e apagar os lampiões da rua... Pensando bem, desde que o homem aprendeu a fazer fogo, passaram-se séculos até acendermos, num gesto simples, as modernas lâmpadas elétricas, tão comuns e familiares que nem sabemos mais como funcionam.
 

A eletricidade é hoje a principal fonte de energia usada para produzir luz artificial. A lâmpada incandescente foi inventada por Thomas Edison, em 1877. Ela funciona pela passagem de uma corrente elétrica por um fio fino em forma de espiral e de alta resistência elétrica, o que torna tudo incandescente. O fio está dentro de uma ampola de vidro que contém um gás inerte ou vácuo (se não fosse assim, a lâmpada pegaria fogo). O aquecimento do fio emite luz: quanto maior a temperatura do fio, maior a quantidade de luz emitida. Por isso, há lâmpadas ’fracas’ e ’fortes’.

À proporção que acendemos e apagamos a lâmpada, o fio metálico vai gastando: ele vai evaporando com o calor até que se rompe e não deixa mais passar a corrente elétrica - e a lâmpada deixa de produzir luz. Muitas lâmpadas incandescentes são usadas no dia-a-dia, cada uma com sua diferença técnica e sua função (luz para geladeira, farol de carro, estúdio de foto e assim por diante).

Já as lâmpadas fluorescentes (direita) são conhecidas como ’luz fria’, pois emitem menos calor para o ambiente que as incandescentes. Elas começaram a ser produzidas a partir de 1945. A lâmpada fluorescente é constituída por um tubo de vidro em forma de cilindro, de ’W’ ou de ’U’. O tubo é preenchido com um gás (argônio) e sua superfície interior é coberta com uma camada de pó fluorescente. Ela contém vapor de mercúrio e um filamento, só que aqui com uma função diferente da que tinha na lâmpada incandescente.

Ao passar pelo filamento, a corrente elétrica provoca uma descarga no gás do interior do tubo, levando os elétrons do gás a colidir com os átomos de mercúrio. Quando voltam a um estado de equilíbrio, esses átomos emitem uma energia na forma de radiação ultravioleta. A luz é produzida pelo encontro dessa radiação com a superfície do tubo de vidro recoberta com pó fluorescente. As lâmpadas fluorescentes, para funcionar, precisam de um equipamento chamado reator, que controla e limita a corrente elétrica que faz a lâmpada funcionar.

Lâmpadas fluorescentes conseguem emitir maior quantidade de luz que as incandescentes e consomem menos eletricidade (às vezes, até cinco vezes menos). Antigamente, as lâmpadas fluorescentes não conseguiam reproduzir com fidelidade as cores dos objetos, que tendiam a se tornar azulados. Hoje, porém, esse problema já foi superado. Assim, se você precisar de uma lâmpada para seu quarto, peça a seus pais para comprarem uma fluorescente. Eles vão chiar por causa do preço. Mas você pode dizer que, além de economizar energia, ela dura muito mais tempo.









Adaptado do artigo originalmente publicado
em Ciência Hoje das Crianças no 38 escrito por:
Gilberto de Martino Jannuzzi,
Departamento de Energia,
Universidade Estadual de Campinas

Coração-7ª Série

Ciência Hoje das Crianças On-line

  Corpo humano e saúde

Quem manda no coração?
Descubra como ele é capaz de continuar batendo mesmo fora do corpo de um animal!


Uma professora convidou a turma da CHC para conhecer seu laboratório. Quando chegamos lá, ela foi logo nos mostrando um coração batendo, tum, tum, tum, funcionando mesmo, embora já estivesse fora do corpo do animal. Parecia mágica. Ela nos explicou como é que isso acontecia, e contamos aqui o resumo dessa conversa.

O coração pode continuar funcionando fora do corpo do animal por algum tempo se mantido em condições parecidas com as normalmente existentes no interior dos organismos: uma composição química semelhante à do meio interno dos animais, uma fonte de energia adequada -- que no caso do coração é principalmente a glicose --, além do oxigênio, que permite a utilização de energia por parte das células.

Mas qual é a importância de manter um coração vivo e funcionando fora do corpo do animal? Isso permite estudar o funcionamento do coração em pelo menos dois aspectos: suas funções e os mecanismos que fazem com que ele funcione normal ou anormalmente. Além disso, pode-se também estudar a ação que certas substâncias têm sobre o coração É assim que se testam a eficácia e a validade do uso de um novo medicamento no tratamento das doenças.

Repare que embora haja gente que possa pensar que é desumano sacrificar animais para fazer pesquisa científica, isso é essencial para conhecer coisas que podem contribuir para melhorar a vida tanto das pessoas quanto dos próprios animais.

A próxima pergunta é quem comanda o coração. Como ele bate ritmadamente? Como é capaz de bater fora do corpo animal, livre da ação do sistema nervoso e hormonal, que são os dois grandes controladores do funcionamento dos diversos sistemas do organismo? A resposta tem que vir por partes.

Todo mundo já ouviu falar de eletrocardiograma: viu na TV, no cinema. Médicos acompanhando eletrocardiogramas de pessoas doentes, na tela de um monitor, com bip e tudo. O eletrocardiograma (de cardio, coração) é o registro da atividade elétrica do coração. Mas como essa atividade elétrica é produzida? Ela é gerada a partir de inversões temporárias na diferença de potencial elétrico entre o interior das células cardíacas e o meio que as circundam. No coração, que é um tipo muito particular de músculo, essa inversão funciona como um sinal para que suas células se contraiam.

O coração é capaz de continuar batendo isolado do corpo porque ele tem dentro dele um grupo de células, também musculares, que são capazes de inverter ritmicamente o potencial entre elas e o meio que as circundam. Essa inversão se espalha por todo o coração e, conseqüentemente, ele se contrai ritmicamente. Esse espalhamento da inversão de potencial elétrico através do coração pode ser captado na superfície do corpo e registrado numa tira de papel ou em um monitor. É o eletrocardiograma.

Você já sabe, então, como e para que serve um coração que bate sozinho em um laboratório de pesquisa. Sobre as funções do coração, a principal e as secundárias, a gente fala de outra vez!




Adaptado do artigo originalmente publicado
em Ciência Hoje das Crianças 24 escrito por:
Masako Masuda, Instituto Carlos Chagas FIlho, UFRJ
e Luisa Massarani, Ciência Hoje/RJ

Fungos em ação- Parte I - 6ª série

Ciência Hoje das Crianças

O pão, o vinho e fungos em ação

Entenda como um ser microscópico ajuda a produzir bebidas e alimentos!




















Uma bola de farinha e água vai ao forno e um pão fofo e saboroso é retirado quentinho após alguns minutos. Curioso, não? E o que você diria do suco de uva, que, descansando em contato com o ar, se transforma em vinho? Pois por muito tempo a origem desses alimentos foi atribuída aos deuses. Até que a ciência descobriu fungos em ação...

Há muito e muito tempo, cerca de cinco mil anos antes do nascimento de Cristo, o vinho já existia. Não era produzido em vinícolas, como se faz hoje. A bebida simplesmente surgia depois de algum tempo que o suco de uva era deixado em contato com ar.

Como os homens da época não sabiam explicar a transformação de um suco em algo que proporcionava uma grande sensação de alegria, achavam que a bebida era obra dos deuses. Os antigos egípcios diziam que era o deus Osíris que mandava aquela dádiva para aliviar o sofrimento dos homens na Terra. Mais tarde, os gregos diziam ser um néctar de seu deus Dionísio e os romanos, de seu deus Baco.

Embora não envolvesse divindades, o pão era outro mistério para os povos da Antigüidade. Foram também os egípcios que o inventaram, deixando uma mistura de água e farinha ao Sol até formar bolhas para, depois, assar entre pedras aquecidas. Com o tempo, tiveram a idéia de guardar um pouco da massa com bolhas para juntar a uma massa nova, acelerando seu processo de crescimento.

Assim, os anos foram passando e as pessoas que sabiam preparar um bom pão sempre tinham em casa um tasco da massa anterior para juntar a uma nova. Passou a ser costume na Europa que as mães dessem para as filhas que se casavam um pouco de sua massa de pão com a idéia de que elas fizessem o mesmo com suas filhas para que se comesse sempre um pão gostoso!

Mas ao contrário do que pensavam os povos antigos, o pão e o vinho nunca resultaram de mágica e, sim, da ação de um ser microscópio, um fungo chamado levedura! A levedura é uma espécie microscópica de fungo que vive no ar e que, ao entrar em contato com alimentos, como a massa do pão e o suco de uva, provoca duas reações: a levedação e a fermentação.

Eis a imagem da levedura, o fungo que transforma
o suco de uva em vinho e faz a mistura água +
farinha crescer para ser assada e virar pão

No caso do pão, é a levedação -- ou respiração da levedura -- que faz a massa crescer. E a massa cresce porque a levedura se alimenta de componentes dela; nessa ingestão, absorve oxigênio presente na massa; e, como nós, elimina gás carbônico. Resultado: as bolhas formadas por esse gás vão fazendo a massa aumentar de volume.

Logo, antigamente, ao misturar um pouco de massa descansada a uma massa nova, as pessoas estavam acrescentando mais levedura à massa e, com mais levedura eliminando gás carbônico, mais depressa a massa cresce. Sabia que foi da observação desse fenômeno que surgiu o fermento?

Conta-se que os irmãos Fleishmann, da Áustria, ao visitarem, em 1865, uma irmã que morava nos Estados Unidos, ficaram horrorizados com a

qualidade do pão
daquele país. E que dois anos depois, quando também se mudaram para lá, levaram no bolso um pouco da massa de pão -- ou da levedura, podemos dizer assim -- usada em casa pela mãe. Resultado: criaram uma indústria para produzir levedura -- o fermento! -- e passaram a vendê-lo em pó ou prensado para o mundo inteiro!


Ciência Hoje das Crianças 138, agosto 2003
Anita D. Panek,
Departamento de Bioquímica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

Fungos em ação-parte II- 6ª Série

Ciência Hoje das Crianças

 

Por trás do vinho...


















A fermentação, reação provocada pela levedura no caso do vinho, não faz a bebida aumentar de volume e, sim, dá a ela um teor alcoólico. A maneira como isso acontece permaneceu misteriosa até 1860, quando o cientista francês Louis Pasteur demonstrou que não eram os deuses e, sim, a levedura que estava por trás da transformação do suco de uva em vinho.

Sabe o que ele fez para provar isso? Simplesmente pegou um pouco de suco de uva deixado em contato com o ar por algum tempo e observou-o ao microscópio, percebendo a presença dos fungos, ou melhor, da levedura. Aí, ele ferveu esse suco e observou que a fermentação cessava, porque a levedura morria com o calor. Pronto: estava provado que esses fungos microscópicos eram os responsáveis pela transformação do suco de uva em vinho.

Vinho tinto / vinho branco

A fabricação de um bom vinho começa com a extração do suco da uva. Para isso, a fruta precisa ser bem amassada. Depois, o suco vai descansar em contato com o ar para a levedura entrar em ação e começar a transformá-lo em vinho. Esse processo pode levar meses ou anos, dependendo do vinho que se pretenda fabricar. Mas diz aí: será que uva branca só produz vinho branco e uva vermelha, vinho tinto? Tchan! Tchan! Tchan! Tchan! A resposta certa é: o vinho branco pode ser obtido tanto da uva branca quanto da vermelha, pois o que dá a cor ao vinho é a presença da casca da uva vermelha. Assim, o suco da uva vermelha fermentado sem a casca fornece um vinho branco.

Mais tarde foi descoberto que, por ação da levedura, era o açúcar da uva que passava por vários estágios até se transformar em álcool. Portanto: os deuses não tinham nada a ver com isso!

Se o suco de uva passa a vinho, este também passa a vinagre. Aí, a transformação não é mais obra da levedura e, sim, de uma bactéria trazida aos ambientes pela mosquinha das frutas, a Drosophila. Essa bactéria atua no vinho deixado em contato com o ar e transforma o álcool em vinagre.

Mais uma vez foi Pasteur o ator da descoberta. Em 1862, ele foi chamado no palácio do imperador Luiz Napoleão para saber por que o vinho que a França ia vender a outros países estava azedando -- passando a vinagre -- dentro da garrafa. Sua pesquisa começou com o recolhimento de amostras de vinhos e com a observação delas ao microscópio. O que ele percebeu? Que essas bactérias só sobreviviam e se multiplicavam na presença de oxigênio. Provou isso isolando um pouco de vinho dentro de um tubo de ensaio, sem contato com o ar, e mostrando que ele não alterava seu sabor.

Pasteur, então, propôs que as garrafas fossem aquecidas, antes de receber o vinho, para eliminar qualquer microrganismo, e arrolhadas logo depois de cheias, para evitar que a bebida entrasse em contato com o ar. O processo de descontaminar e vedar as embalagens foi aplicado para conservar outros produtos, como o leite e, em homenagem a Louis Pasteur, ficou conhecido como pasteurização.

Ciência Hoje das Crianças 138, agosto 2003
Anita D. Panek,
Departamento de Bioquímica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Grandes Cientistas- 6ª série

Ciência Hoje das Crianças On-line
Grandes cientistas

Louis Pasteur, o ’pai dos micróbios’
Conheça o químico francês cujas descobertas estão presentes até na hora do lanche!


Oba! Hora do lanche na casa de Rex e Diná. É dia de leite com rosquinhas! Mas ao ler na caixa do produto ’leite pasteurizado’, o mascote da Ciência Hoje das Crianças se apressa em dizer que nem morto beberia algo com aquele nome esquisito. Diná explica ao amigo que o leite passou por um processo chamado pasteurização -- uma das descobertas do cientista francês Louis Pasteur. Envergonhado pelo que disse, Rex bebe o copo de leite e se interessa em saber um pouco mais sobre esse cientista e suas pesquisas científicas. Que tal fazer como ele?

Em mais um dia de inverno na França -- 27 de dezembro de 1822 --, numa pequena aldeia na cidade de Dôle, nascia Louis Pasteur. Filho de um curtidor de couro, o menino tinha uma infância simples e não demonstrava sinais de que seria, no futuro, um dos mais brilhantes químicos do mundo. Pasteur realizava as tarefas escolares com dificuldade e nas horas vagas, para se distrair, pintava quadros. Ao completar vinte anos, concluiu os estudos no Colégio Real de Besançon, com uma nota medíocre em química.

O jovem Pasteur só despertou para essa disciplina e para as pesquisas científicas quando estudou na Universidade de Sorbonne, em Paris. Ele se tornou doutor em química e física pela Escola Normal Superior e lecionou nas universidades de Estrasburgo e de Lille. O cientista realizava seus experimentos em um pequeno sótão da Escola Normal Superior. Foi somente em 1888 que a opinião pública se mobilizou para homenageá-lo por sua importância na história da ciência, criando o Instituto Pasteur -- um dos principais centros de pesquisa no mundo, com sede na França, do qual o cientista foi diretor até o fim da vida.

Ao longo dos seus 73 anos de vida, Pasteur realizou experimentos que o levaram a descobertas científicas brilhantes, como vacinas contra a cólera de galinhas, contra o antraz (doença que exterminava todo tipo de rebanhos) e contra a raiva. Entre outras realizações importantes, o químico provou que a teoria da geração espontânea não estava correta e, é claro, descobriu os benefícios da pasteurização.

Tudo começou quando Pasteur foi convidado a resolver um problema que assolava a indústria de bebidas francesa. Em 1856, uma vinícola corria o risco de fechar, pois o vinho produzido logo se transformava em vinagre. Os produtores de cerveja também se queixavam do sabor azedo do produto. Após realizar algumas experiências, o cientista observou que a presença de microorganismos no ar, e não no vinho ou na cerveja -- conforme pensavam os fabricantes -- alterava a qualidade da produção.

Ao descobrir que os microorganismos não resistem à alta temperatura, Pasteur empregou seu novo método: aqueceu as bebidas entre 58 e 75 graus celsius (ºC) e depois as resfriou rapidamente. Ele aplicou a técnica na produção de vinho e de cerveja, mas somente no século 20 a pasteurização foi realizada em leites. Assim, até os dias de hoje, os fabricantes de bebidas agradecem a genialidade de Pasteur!


Aline Pereira
Ciência Hoje das Crianças
02/05/02


Recifes de corais- 6ª Série

Ciência Hoje das Crianças

  REVISTA CHC 197 :: DEZEMBRO DE 2008

Visita ao recife de coral
À primeira vista, eles parecem pedras, mas são... Animais!


Algas e animais marinhos, como os peixes, encontram nos recifes de coral abrigo e moradia (fotos: Roberto Bormann).



















Você assistiu ao filme Procurando Nemo ? Já ouviu falar nele? Esse desenho animado conta a história de um peixe-palhaço que vivia no oceano, mas foi capturado por mergulhadores, o que levou seu pai a sair à sua procura. O filme mostra que Nemo acabou sendo levado para um aquário, um lugar bem menos atrativo do que o seu antigo lar: um recife de coral, onde o peixe-palhaço vivia na companhia de muitos animais marinhos. Como no desenho, os recifes de coral estão presentes nos oceanos e são habitados por peixes multicoloridos, além de vários outros animais. Então, vamos saber mais sobre os recifes?

À primeira vista, os recifes de coral podem parecer pedras, com plantas presas à sua superfície, que servem de abrigo para um monte de bichos do mar. Mas, na verdade, os recifes de coral são formados por... Animais!

Pois é. Assim como as águas-vivas e as anêmonas, o que nós costumamos chamar de coral é um tipo de animal marinho conhecido como cnidário. Os cnidários apresentam tentáculos com estruturas que os auxiliam a se alimentar, pois contêm substâncias tóxicas capazes de paralisar as suas presas.

Os recifes de coral, como o próprio nome indica, são grandes colônias formadas pelos animais marinhos conhecidos como corais. Nem todo coral, porém, é capaz de formar recifes: somente os que apresentam algas microscópicas chamadas zooxantelas, que têm um papel fundamental na sua sobrevivência. Quando um recife de coral é formado, no entanto, algas e animais marinhos só têm a comemorar. Afinal, encontram ali moradia e abrigo.

Aqui há recifes!
Os recifes de coral se desenvolvem exclusivamente nas áreas do oceano que estão entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, onde a temperatura é de 20 a 28 graus. Para a formação dos recifes, as águas devem ser claras e rasas, pois alguns corais alimentam-se de um modo bastante particular.

Gorgônia é um tipo de coral muito encontrado nos recifes do sudeste do Brasil. Ele serve de alimento aos ofiúros: os animais marinhos de cor laranja que aparecem na foto



















Embora muitos corais sejam carnívoros – isto é, se alimentem de outros animais –, o que eles conseguem capturar para comer não é suficiente para garantir a sua sobrevivência. Então, muitos tipos de corais dependem de uma interação com as zooxantelas, as algas microscópicas que vivem junto a eles. Essas microalgas retiram o gás carbônico da água e produzem alimento para os corais por meio da fotossíntese: o processo que permite às plantas produzir o seu próprio alimento pelo uso da energia solar e do gás carbônico. Em troca, os corais oferecem abrigo, proteção e alguns nutrientes que a água do mar não pode oferecer. Uma parceria perfeita que só pode acontecer com eficiência se o recife de coral se formar em águas claras e rasas, garantindo, assim, às microalgas o acesso à luz, um requisito fundamental para que ocorra a fotossíntese.

Mas por que os recifes de coral, apesar de serem formados por animais, parecem tanto com pedras? Isso acontece porque, ao longo da sua vida, cada indivíduo do coral capta compostos presentes na água – como gás carbônico e cálcio – e libera uma substância chamada carbonato de cálcio, que vai dando origem a uma estrutura que fica com a aparência semelhante à de uma rocha. Essa estrutura forma o que poderíamos chamar de esqueleto do coral, por dar sustentação a ele. Quando o coral morre, essa estrutura permanece no local. Sobre ela, crescem novos corais, que produzem mais carbonato de cálcio, aumentando, assim, gradativamente, o tamanho dos recifes.

Ana Caroline Paiva Gandara
Instituto de Bioquímica Médica, e
Iana Barbosa Rodrigues
Instituto de Biologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro


Você leu apenas uma parte do artigo publicado na CHC 197.
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Placas Tectônicas - 5º Série

Ciencia Hoje das Criancas

As placas tectônicas

A crosta do nosso planeta é dividida em cerca de 20 pedaços, conhecidos como placas tectônicas. Essas placas encontram-se sobre o manto, a camada interior da Terra que é formada por material gelatinoso. O núcleo da Terra aquece o material do manto, que se torna mais leve e sobe. Ao subir, ele esfria, fica mais pesado e desce. Assim acontece a movimentação do material aquecido no interior do nosso planeta, as chamadas correntes de convecção. Elas movimentam as placas tectônicas, que podem se afastar uma das outras ou chocar-se. Como os continentes encontram-se sobre as placas tectônicas, acompanham o movimento.

No hemisfério Sul, há cerca de 150 milhões de anos, no período chamado Jurássico, as correntes de convecção dividiram em pedaços o megacontinente Gondwana. Elas fraturaram a crosta terrestre e separaram a América do Sul, África, Austrália, Antártica e Índia. Nas regiões de Gondwana, que hoje são Brasil e África, as correntes de convecção formaram fissuras e fraturas na crosta terrestre, o que gerou derramamento de lava. A ação contínua dessas forças também rompeu completamente a crosta terrestre e formou o oceano Atlântico. Porém, ele não parecia o vasto mar que é hoje: a fragmentação de Gondwana formou apenas um pequeno oceano, que só cresceu quando Brasil e África começaram a se afastar de forma gradual há, aproximadamente, 135 milhões de anos.

Quem pensa que Brasil e África já encontraram sua posição no globo terrestre depois de tantos milhões de anos em movimento, engana-se! As placas tectônicas sobre as quais os dois países estão localizados continuam a se afastar com velocidade média de dois centímetros por ano. Como o movimento das placas tectônicas é bastante lento em relação às dimensões da Terra, nós não percebemos a movimentação dos continentes. Mas equipamentos sensíveis comprovam que eles se movem.

Então, fica combinado: quando você for à praia, lembre-se que lá do outro lado do Atlântico encontra-se o continente africano. Não dá para avistá-lo, mas é possível pelo menos imaginar que ele afasta-se bem devagar do Brasil. Se por um momento você desequilibrar... Levanta, sacode a areia e não inventa que é o Brasil avisando que também está em movimento, distanciando-se da África. Esse afastamento é impossível de ser sentido por nós, viu?

Ciência Hoje das Crianças 116, agosto 2001
Alexandre Uhlein,
Instituto de Geociências,
Universidade Federal de Minas Gerais.

Cadeia Alimentar 5 série

Ciência Hoje das Crianças On-line

  Biologia

Por dentro das cadeias alimentares 
Espécies que vivem em um mesmo ambiente servem de alimento umas às outras

As espécies que vivem em um mesmo ambiente estão ligadas entre si, como elos de uma grande corrente. O motivo que as une é o alimento: uns servem de alimento aos outros, transferindo-lhes a matéria que forma seus corpos e a energia que acumulam para realizar as suas funções vitais.

O primeiro elo dessa ’cadeia alimentar’ é formado pelos vegetais, que usam a luz do sol, na fotossíntese, para produzir energia. Por conta de serem os primeiros a receber a energia do sol - a única fonte externa de energia em nosso planeta - e a transformá-la, os vegetais são chamados de produtores. Os elos seguintes da cadeia alimentar são formados pelos consumidores - seres vivos que, incapazes de produzir o próprio alimento, conseguem-no comendo outros seres vivos.

Existe uma ordem entre os consumidores: os consumidores primários, ou de primeira ordem, são os que se alimentam dos produtores; os secundários, ou de segunda ordem, alimentam-se de consumidores primários e os terciários... Bem, essa cadeia pode ter muitos elos de consumidores, dependendo da riqueza de espécies que convivem no mesmo ambiente. Há ambientes tão diversificados que as cadeias alimentares acabam se tornando complexas teias alimentares.

Nas cadeias alimentares, além dos produtores e consumidores, há também o importante elo dos decompositores, seres que se alimentam de cadáveres. São eles os seres vivos capazes de degradar substâncias orgânicas, tornando-as disponíveis para serem assimiladas pelos produtores. Com eles, a cadeia alimentar é realimentada e pode perpetuar-se.

Matéria e energia passam de um elo a outro da cadeia alimentar: dos produtos aos consumidores e, destes, ao decompositores. Parte da energia é consumida em cada elo, pelas atividades que os seres vivos desenvolvem para sobreviver; aos últimos elos sobram parcelas cada vez menores de energia. Daí falarmos em fluxo de energia. No caso da matéria, falamos em ciclo da matéria, uma vez que não há perda ao longo do trajeto.

 

A teia da vida
Seres vivos que habitam a Terra estão todos interligados em uma grande rede


Existem na Terra milhões de espécies de seres vivos, cada uma desempenhando um papel único em relação ao todo. Toda essa "multidão" de seres vivos que os cientistas chamam de biosfera está comprimida em uma estreita faixa de terra, água e ar de cerca de um quilômetro de espessura e espalhada por cerca de meio bilhão de quilômetros quadrados de superfície.

Entre os seres vivos que habitam esse planeta, podemos encontrar os mais diversos tipos e variações. E - tal qual uma história sem fim - os cientistas tentam exaustivamente enquadrar e classificar essa imensa variedade de seres em grupos, para melhor estudá-los e entendê-los. Há desde pequenas bactérias até as grandes baleias; como há também desde os que produzem seu próprio alimento, como as plantas, até aqueles que dependem do alimento produzido pelos outros, como os animais. Não é à toa que se diz que a biodiversidade nesse planeta é imensa. Temos mesmo uma diversidade de formas de vida impressionante.

Mas temos também um problema: toda essa imensa variedade de seres vivos está interligada como uma imensa teia viva e depende da energia do sol que chega à superfície do nosso planeta. Para piorar nossa situação, há uma agravante: a energia do sol que chega é pequena - apenas cerca de 10% - e conforme vai sendo usada pelos seres vivos vai diminuindo. Vivemos, portanto, em constante ’luta’ em busca de energia e nossa forma de obtê-la é nos alimentarmos daqueles que a armazenam em seu organismo.

Quando chega à superfície da Terra, a energia é fixada pelos vegetais, através da fotossíntese. Depois, a energia passa para os insetos ou outros herbívoros que se alimentam das plantas; dos insetos, a energia vai para os camundongos ou outros carnívoros inferiores que se alimentam de herbívoros; dos camundongos, a energia passa para cobras, que deles se alimentam e, assim por diante, vai se formando uma cadeia alimentar - em que matéria e energia vão passando de ser vivo a ser vivo até chegarem aos carnívoros superiores, como as águias, os tigres e os tubarões brancos. Ocupando o ponto extremo da cadeia alimentar, essas espécies só são consumidas por parasitas - as bactérias e os fungos especializados em decompor cadáveres.

Parte da energia que chega a um ser vivo é gasta em suas atividades de sobrevivência - no crescimento e na reprodução, por exemplo. Portanto, para o nível seguinte da cadeia alimentar passará sempre menos energia do que entrou. É por isso que os carnívoros superiores, que ocupam posições terminais nas cadeias alimentares, estão sempre em risco de extinção. Para eles sobra sempre uma parcela pequena de energia disponível. Além disso, qualquer quebra na cadeia alimentar coloca sua posição em risco.

Adaptado do artigo de Vera Rita Costa
publicado originalmente em CHC 82


Vulcões

Ciência Hoje das Crianças On-line

 Geografia

Vulcão na vizinhança!
Muitas pessoas moram bem perto dessas montanhas temperamentais


Você é capaz de imaginar um vulcão no quintal de sua casa? Pois saiba que, em algumas partes do mundo, muitas pessoas moram bem perto de vulcões. Por mais que pareça perigoso, isso pode ter algumas vantagens... Mas antes de começar essa história, é preciso saber que os vulcões, assim como as pessoas, são temperamentais: estão ora calmos, ora nervosos! Às vezes, eles levam dezenas ou centenas de anos para acordar e se tornarem ranzizas, mas, de repente... BUM!!!

É, os vulcões podem ser barulhentos: são os explosivos, que jogam pedras e poeira muito alto, às vezes em quantidade tão grande que pode sufocar pessoas e animais. Mas também tem vulcão que explode pouco, assovia muito e expele lava, a rocha derretida que vai escorrendo como se fosse água e formando rios que, de tão quentes, destroem tudo por onde passam. O Havaí tem muitos desses vulcões!

O vulcão Kilaeua, no Havaí


Na Itália, os famosos vulcões Vesúvio e Etna causaram enormes prejuízos e mataram muitas pessoas. Agora, o solo por onde a lava passou tornou-se tão fértil que produz as melhores uvas do mundo! Já na Islândia, pequeno país europeu com muitos vulcões, os engenheiros furam o solo, colocam canos e injetam água neles. A água em contato com as rochas quentes vira vapor, que sai por outros canos. Esse vapor é usado para acionar turbinas e gerar eletricidade, enquanto a água quente é usada nas casas das pessoas porque lá faz muito frio!

Que tal falar um pouco agora sobre os vulcões brasileiros? Calma! Não precisa ter medo! Os vulcões do Brasil não estão mais soltando fumaça, cuspindo pedras e escorrendo lavas. Suas atividades se encerraram há muitos milhões de anos, porque, com o passar do tempo, as rochas do nosso solo esfriaram. Outro fator que contribuiu para tirar nossos vulcões da ativa foi a erosão. As chuvas, os ventos e também o gelo foram desgastando as montanhas, fazendo com que elas ficassem cada vez mais baixas, até se tornarem superfícies planas. Os cientistas conseguem saber que esses vulcões existiram e de que tipo eles eram pelo estudo de pedaços de rochas e pelos fósseis de animais e plantas, que ficaram preservados.

Em 1979, por exemplo, foi descoberto um vulcão na serra de Madureira, no estado do Rio de Janeiro. As pesquisas mostraram que ele foi do tipo explosivo, porque em torno de seu conduto vulcânico - abertura de onde vem o material trazido de suas profundezas para a superfície - foram encontradas brechas vulcânicas, ou seja, fragmentos de rochas explodidas de tamanhos que variavam de um caroço de feijão a uma geladeira! Outros lugares do Rio de Janeiro apresentam rochas do mesmo tipo das encontradas em 1979, e os cientistas estão tentando descobrir se também existiram vulcões por lá. Sabia que já se descobriram pedacinhos de outros vulcões? Mas não espalha, é segredo!

 adaptado do artigo de Victor de Carvalho Klein
publicado originalmente em CHC 83.



QUERIDOS ALUNOS

Sejam bem vindos!!

Esse será um espaço destinado para complementação do conteúdo trabalhado em sala de aula.

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